Tendências do agronegócio para 2023: o que esperar dos preços e custos?

O agronegócio é a atividade que mais gera riqueza ao Brasil. Sua participação é vital na geração de empregos e de riqueza interna, além de liderar as exportações brasileiras.

O agro é o responsável por manter a balança comercial brasileira no verde desde 2010. 

Porém, o agronegócio é uma atividade que depende de diversos fatores para o seu bom andamento e para a definição de suas tendências

Nesse artigo, veja as principais projeções para o agronegócio nos próximos anos em termos de produção, preços e custos e participação na economia nacional. 

Definição de agronegócio e sua reputação

O agronegócio é definido como o negócio que engloba as atividades econômicas ligadas à:

  • agropecuária;
  • manejo florestal;
  • extrativismo vegetal;
  • indústrias de beneficiamento de produtos vindos das atividades acima citadas. 

Além da incerteza do clima, muitos fatores afetam os mercadores do agro. Por exemplo, a dependência de matéria-prima estrangeira, a variação constante dos mercados e bolsas ao redor do mundo são pontos de atenção.

Tendências e perspectivas do agronegócio brasileiro

As projeções para o agronegócio foram bastante afetadas nos últimos anos pela pandemia mundial, os conflitos no leste europeu e condições climáticas severas. Isso gerou diversos problemas, como:

  • oscilações bruscas nos preços das moedas estrangeiras;
  • limitações nas ofertas de matérias-primas para o agro brasileiro;
  • alteração da oferta mundial de grãos;
  • redução do poder de compra internacional;
  • interferências nos preços, custos e na margem de lucro de quem produz no Brasil.

Dentre as tendências mais recentes do agronegócio, o momento se destaca pela possibilidade de recuperação dos efeitos negativos dos últimos anos, como grande potencial de crescimento e investimentos em tecnologia.

Tendências econômicas: O PIB do agro em 2023

Em 2022, o agronegócio sofreu com aumento de custos, questões climáticas e com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Até agora, as projeções para o agronegócio mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) desse setor irá recuar um pouco, mas crescer ao longo de 2023.

O agronegócio tem sido o grande impulsionador do PIB brasileiro na última década. Porém, toda a incerteza que tem circundado essa atividade tem causado alterações também nos marcadores econômicos do agro.

Em termos do PIB do agro, espera-se uma tendência de alta para 2023. A previsão é de aumento entre 8% e 10% se comparado ao PIB de 2022. Isso se deve à recuperação do setor e aos resultados negativos de 2022.

O PIB do agro vinha em um crescente nos últimos anos, mas em 2022 sofreu influência do mercado e as altas de custos e juros. Confira um breve panorama dos últimos anos:

  • 2019 (2,89%);
  • 2020 (22,28%);
  • 2021 (8,51%);
  • 2022 (- 4,22%).

Espera-se que o PIB do agro aumente sua porcentagem no PIB total brasileiro. A previsão é de participação similar ao ano de 2021 (26,6% de participação), e acima dos indicadores do ano de 2022 (24,8%).

Custos e preços

A previsão para os custos dos produtos relacionados ao agronegócio não parece muito exata. Ainda há grandes incertezas sobre custos de matérias primas, bens industrializados (como máquinas agrícolas) e novas tecnologias. 

O cenário mundial segue muito volátil e espera-se que os custos de produção se mantenham em alta, além da margem de lucro seguir apertada. Em termos de preços de vendas, as tendências dos mercados internacionais são muito heterogêneas e incertas

Uma simples busca por preços de mercado futuro mostra desacordo em indicadores e flutuações diárias de preços. As informações abaixo são do fechamento das bolsas de Chicago e Nova Iorque em 23/03/2023 para previsão de preços futuros.

Indicações das flutuações de soja, milho, trigo, algodão e café

Indicações das flutuações de soja, milho, trigo, algodão e café

Produção e clima

Em termos produtivos, a safra que está sendo colhida em 2023 será recorde. Ela será puxada pelo carro-chefe da agricultura brasileira, os grãos. A previsão é de uma supersafra de grãos, com total de 310,3 milhões de toneladas.

As estimativas por cultura são apresentadas abaixo, baseadas em dados da Conab:

  • Soja: 152,9 milhões de toneladas;
  • Milho: 95  milhões de toneladas;
  • Feijão: 1 milhão de toneladas;
  • Arroz: 10,2 milhões de toneladas;
  • Algodão: 3 milhões de toneladas;
  • Trigo: 10,6 milhões de toneladas;
  • Cana: 598,3 milhões de toneladas;
  • Café: 54,9 milhões de sacas de 60 kg.

O clima, por sua vez, pode influenciar muito as previsões acima. Por exemplo, houve quebra de safra da soja por seca e dificuldades na colheita por excesso de chuva no norte do Paraná e estados centrais.

Muitas dessas características destoantes são efeitos do La Niña, que têm causado bastante influência no clima brasileiro nos últimos 3 anos. Porém, a estimativa é de que os efeitos sejam apenas sentidos até abril, quando o El Niño passa a ser mais preponderante.

Apesar dos períodos de transição entre os dois fenômenos tenderem a ser mais amenos, pode-se esperar um outono com temperaturas mais altas. Ainda, possivelmente haverá maior pluviosidade adentrando o inverno.

Agronegócio e tecnologia

Hoje, o agronegócio é composto por empresas a céu aberto que necessitam de um processo de gestão agrícola muito bem coordenado. Afinal, os riscos da atividade são cada vez mais altos e a margem de lucro, cada vez menor.

O futuro do agronegócio inclui a popularização de muitas tecnologias que possibilitarão a execução do conceito de fazenda digital. Algumas dessas tecnologias são:

  • Inteligência artificial e robótica;
  • Telemetria;
  • Sensoriamento remoto;
  • Sistemas de localização e agricultura de precisão;
  • Internet das coisas;
  • Big Data;
  • Softwares de gestão agrícola.

Além dessas novas ferramentas, será necessário também o treinamento e formação de mão de obra especializada em maquinários tecnológicos. Além disso, será necessário investir em pessoas especializadas em sistemas de análise de dados e gestão.

Sustentabilidade

Atualmente, o rápido acesso às informações ao redor do mundo tem gerado um apelo e uma pressão mundial por atividades que sigam esses preceitos:

  • reduzido impacto ambiental;
  • sem exploração social;
  • economicamente justas

Os produtores são os maiores interessados na preservação do meio ambiente. Esse cenário de monitoramento intenso por parte da população gera oportunidades, como:

  • Mercado de crédito de carbono;
  • Manutenção de áreas de preservação;
  • Recuperação de áreas degradadas;
  • Integração de atividades como agricultura, pecuária, silvicultura e extrativismo;
  • Diminuição de uso de produtos químicos na lavoura;
  • Uso de bioinsumos e soluções biológicas;
  • Agricultura circular e reciclagem de resíduos;
  • Uso racional de água, solo e outros recursos;
  • Troca do uso de combustíveis não-renováveis;
  • Cogeração de energia na fazenda.

Muitas delas já são executadas pelos agricultores. Porém, agora elas surgem como oportunidades de remuneração extra ou de aumento da eficiência da atividade agrícola, minimizando gastos e maximizando o lucro. 

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